É com enorme orgulho que partilhamos o nosso mais recente projeto de reconversão: o Complexo de Neurointervenção da Cruz Vermelha Portuguesa. Uma unidade pioneira na península ibérica que conta com equipamentos de última geração.

Complexo de Neurointervenção da Cruz Vermelha Portuguesa

Inaugurada no dia 31 de julho, em Gaia, o Complexo de Neurointervenção é a mais recente obra social da Cruz Vermelha Portuguesa dedicada a pessoas com demência. Na cerimónia de inauguração estiveram presentes o Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, a Secretária de Estado da Segurança Social, o Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, o Presidente da CVP e diversos representantes de entidades locais e regionais.

Este é o propósito da CVP, que tanto nos orgulha poder dividir:

“A Cruz Vermelha Portuguesa esforça-se para prevenir e aliviar o sofrimento humano, em Portugal e no mundo. Protegemos a vida e a saúde, e preservamos a dignidade das pessoas, em especial das mais vulneráveis e desfavorecidas. (…)” –  site da Cruz Vermelha Portuguesa

O projeto de reconversão

A nossa intervenção foi profunda e transversal. O desafio era converter todo o edifício (originalmente pensado para ser um hotel), da autoria do Eng. Edgar Cardoso, num complexo para servir o Centro de Neurointervenção, nos 4 eixos da sua atuação: prevenção, intervenção, formação e investigação.

E podemos afirmar: uma obra de reconversão pode ser muito mais complexa do que um projeto pensado e concebido de raiz. Para fazer cumprir todos os requisitos, foram necessárias muitas horas de estudo e dedicação. Os técnicos da CVP tornaram-se verdadeiros aliados da MEDD, e só assim criamos o Complexo de Neurointervenção da CVP– o melhor projeto social de apoio à demência da península ibérica.

Visitámos as instituições da fundação Rainha Sofia, em Madrid, parceira da fundação Champalimaud, em Portugal, e uma vila em Amesterdão – o Hogeweyk, conversámos com especialistas das mais variadas áreas, experientes profissionais nesta área tão específica e sensível da saúde e conseguimos criar uma marca na área.

A cor ao serviço do tratamento da demência

Segundo os estudos, a exposição a determinadas cores tem consequências diretas nas emoções de quem as observa. Não só a cor, como também a iluminação, a temperatura, o ruido ou o mobiliário do complexo foram pensados para constituem parâmetros adequados ao tratamento do utente com demência.

Cada gabinete assumiu uma cor:

  • Gabinete Reabilitação Psicomotora (Ginásio): Branco
  • Gabinete Terapia Ocupacional (Vivenda de Autonomia): Amarelo
  • Gabinete Terapia da Fala: Azul
  • Gabinete Gerontologia: Laranja
  • Gabinete Psicologia: Verde
  • Gabinete Enfermagem: Lilás

Inovação

Dentro do edifício, foi construído um apartamento homótipo onde os utentes com demência, ainda em estado inicial, podem simular atividades do seu dia-a-dia, treiná-las com profissionais especializados, e levar estes ensinamentos para as suas próprias casas.

Dentro deste apartamento montámos um sistema de iluminação de emergência noturna que funciona através de uma célula sensível ao movimento do utente, cuja iluminação junto ao rodapé é ativada assim que este se levanta da cama e o conduz até à saída.

Está ainda previsto um outro sistema de emergência inteligente que consiste numa célula de movimento ligada ao colchão, que é sensível aos movimentos do utente e ativa um sistema de alerta para que os cuidadores possam agir com maior rapidez, sem depender dos seus sentidos, ou mesmo da sua presença física no local.

Materiais

Todas as paredes foram pintadas com um tom creme para transmitir aconchego e tranquilidade – emoções fundamentais à condição de pessoas com demência.
Nas zonas de quartos e consultórios o pavimento é vinílico e nas zonas comuns como halls e corredores foi mantido o granito existente. A madeira está também muito presente, mantivemos a existente e acrescentamos outros elementos.

Números do projeto

Com um investimento de cerca de 1.5 milhões de euros, o CNI conta hoje com mais de 1800m² de área construída e cerca de 5.000m² de áreas exteriores de jardim.

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Está dividido por 5 pisos, onde cada um cumpre o seu objetivo:

  • Rés do chão – salas de reuniões e formação (interna e externa), com equipamento para teleconferências e/ou formação à distância; cozinha industrial para atividade interna e externa, de apoio à atividade nacional da CV; ginásio; centro de dia; jardim e zona de refeições;
  •  1º piso – salas de tratamento e consultórios cujas paredes foram pintadas com a cor que, segundo os técnicos, seria a mais favorável ao cumprimento objetivo de cada espaço, pelas emoções que provoca.
  • 2º e 3º pisos – quartos e salas de convívio para utentes em tratamento e respetivos familiares

Todos os espaços foram repensados e redesenhados para cumprir cada um dos novos objetivos. O resultado está à vista e muito nos orgulha.